Linhas de Pesquisa
As linhas de pesquisa que seguem constituem diversos enfoques sobre o mesmo processo de transformação econômica e social. A sua individualização se justifica apenas na medida em que tem dado lugar a “produtos” separados, sob forma de cursos, seminários, palestras e publicações, conforme pode ser constatado na produção científica, no site e na plataforma Lattes.
Por outro lado, tratando-se de pesquisa contínua, que acompanha as transformações da sociedade no sentido amplo, constitui pesquisa “open-end”, sem data precisa de encerramento. A sua breve descrição tem o objetivo dar ao leitor uma visão dos trabalhos em curso, ao mesmo tempo que constitui uma solicitação aberta de cooperação sob forma de ideias, artigos, sugestões bibliográficas etc., que poderão ser enviadas para o e-mail [email protected]
A convergência das crises e a sociedade pós-pandemia
A pandemia colocou o mundo frente aos seus dilemas mais amplos: a catástrofe ambiental, a desigualdade insustentável, o caos financeiro, a perda planetária de governança, com a pandemia atingindo o mundo profundamente despreparado. A reação das mais variadas instituições, como o Roosvelt Institute, o New Economic Foundation e tantas outras instituições se debruçam sobre as novas regras para que o sistema volte a ser funcional. No quadro do Núcleo de Estudos do Futuro, na PUC-SP, foram desenvolvidas muitas discussões sobre os novos rumos. Uma cooperação com o Vaticano, por meio do Scholas Occurrentes, levou à publicação A Economia Desgovernada: novos paradigmas (2020), a Editora Sesc publicou O Capitalismo se Desloca (2020)
Resgatando o potencial do sistema financeiro brasileiro
Pesquisa sobre o processo de deformação da intermediação financeira no Brasil, principal fator da crise financeira e econômica a partir de 2013/2014. O projeto envolve o estudo dos crediários, do crédito para pessoa física e para pessoa jurídica, da dinâmica dos cartões de crédito, do endividamento público e das fugas para paraísos fiscais, apresentando assim uma visão de conjunto do fluxo financeiro integrado do país. Em 2015, foi publicado o artigo “O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico” na Revista Estudos Avançados da USP (V. 29, no. 83, Janeiro/Abril 2015, ISSN 0103-4014, p. 263 a 280), disponível em SciELO; Foi igualmente publicado “O sistema financeiro e o desenvolvimento na revista do Conselho Federal de Economia COFECON” (Economistas, Ano VI, N. 17, Agosto de 2015, páginas 31 a 34), ISSN 2446-9297. Nos EUA a pesquisa foi publicada como “How the financial system drains the Brazilian Economy“ ? 1 March 2015, Ethical Markets, publicação disponível em Ethical Markets. Em 2016, foi publicado “A economia travada pelos intermediários financeiros”, capítulo do livro O Brasil que Queremos, Emir Sader (org.), LPP/UERJ, 2016, ISBN 978-85-92826-00-0 e e-ISBN 978-85-92826-01-7, (páginas 59 a 76). Em 2017, foi publicado o livro “A Era do Capital Improdutivo” (Autonomia Literária, 2017), com tradução em inglês, “The Age of Unproductive Capital” (Cambridge Scholars, 2019).
Articulação de mecanismos de regulação nas economias modernas
A globalização e as novas tecnologias estão diversificando as tradicionais polarizações entre privatização/mercado por um lado, e estatização/planejamento por outro. Trata-se de buscar as novas formas de articulação entre mercado, planejamento estatal, gestão direta ou participativa com a sociedade civil, coordenação inter-empresarial, políticas de gestão horizontal em redes, concertação internacional e outros mecanismos que se articulam na sociedade complexa que enfrentamos. Resultados parciais do estudo foram publicados pelo Seade, na revista São Paulo em Perspectiva, com o título Capitalismo: novas dinâmicas, outros conceitos, Abril-Junho 1998; uma visão mais ampla. O processo é igualmente focado em A Reprodução Social, Vol. I “(edição revista), Vozes, 2002, Vol. II e III em 2003. Pesquisa em 2005/2006 centrada na sistematização das teorias econômicas em torno de mega-tendências. Texto Democracia Econômica foi publicado pela editora do Banco do Nordeste do Brasil, em agosto de 2007, ISBN 978-85-87062-86-4 e publicação ampliada pela Editora Vozes, Petrópolis, 2008, ISBN 978-85-326-3611-9. Em 2009 e 2010, desenvolvimento da plataforma de discussão “Crises e Oportunidades“, e publicação da coletânea “Riscos e Oportunidades em tempos de mudanças”, com Ignacy Sachs e Carlos Lopes, ETENE/BNB e Instituto Paulo Freire, São Paulo, 2010, www.paulofreire.org ISBN 978-85-61910-44-0 , 272 p. – Disponível online em Crises e Oportunidades; em 2011, publicação de “Democracia Econômica” online em chinês. Em 2012 foi uma atividade mais centrada nas mudanças das políticas econômicas e sociais na América do Sul, com financiamento do IPEA, com a publicação online de “As oportunidades na crise:o pacto pela igualdade na América Latina“, estudo apresentado na V Semana da Economia da PUC-SP. Com o aprofundamento da crise mundial a partir de 2008, acompanhamento das transformações na organização econômica e social, em particular com o artigo “A Economia Desgovernada: novos paradigmas“, (2019)
Políticas de Desenvolvimento Local
Pesquisa sobre as formas de apoio necessárias para o “circuito inferior” da economia (Milton Santos), envolvendo Sebrae, Instituto Cidadania, Fundação Banco do Brasil e cerca de 60 instituições como Senac, Cepam, Ibam, Grupo de Trabalho Amazônico, Articulação do Semi-árido, governo do Estado de Santa Catarina, BNB e outros. A pesquisa, iniciada em janeiro de 2005, foi concluída em dezembro de 2006 e apresentada ao Presidente da República em 4 de janeiro de 2007. Financiamento da pesquisa pela Fundação Banco do Brasil e outras instituições. Publicação da coletânea Políticas para o Desenvolvimento Local – Ladislau Dowbor e Marcio Pochmann (orgs.), Ed. Fundação Perseu Abramo, São Paulo, outubro 2010, ISBN 978-85-7643-060-5, organização e prefácio. Em 2010, pesquisa no quadro do projeto “São Paulo 2022“, financiamento da Escola da Cidade, Instituto Ethos, Rede Nossa São Paulo, Instituto Arapyau e Instituto SócioAmbiental, finalizada em abril 2011. Em 2011 e 2012 apoio à elaboração do projeto cidades sustentáveis para a Conferência Rio+20. Ver também “São Paulo: um desenvolvimento sustentável para o século XXI“, (2020).
Novos indicadores de riqueza
Pesquisa iniciada com financiamento do Banco do Brasil/Inepad, e desenvolvida no quadro da parceria PUC-SP/France-Libertés, ONG francesa dirigida por Danielle Mitterand, no quadroa do Núcleo de Estudos do Futuro (NEF) da PUC-SP, pós-graduação em administração, e do Núcleo de Pesquisa de Economia Mundial Contemporânea. Edição de Os Novos Indicadores de Riqueza de Jean Gadrey (prefácio L. Dowbor), gravação de vídeo-curso para o DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável) do Banco do Brasil, preparação de conferência internacional em 2009, com Jean Gadrey, Patrick Viveret, Edgard Morin, Danielle Mitterand. Participam no lado brasileiro o movimento Nossa São Paulo, Ipea, Ibge, Dieese, Seade, Unicamp e outros. Em 2010, supervisão do projeto Plataforma Cidades Sustentáveis, publicado em julho 2010, continuidade em 2011 e 2012, no quadro da Rede Nossa São Paulo, com o projeto Cidades Sustentáveis (NEF/NSP). Mais recentemente temos os trabalhos de Amartya Sen, Joseph Stiglitz e Fitoussi sobre a reformulação do PIB, discussões sobre o FIB (Felicidade Interna Bruta), e em patricular de Kate Raworth sobre “A Economia Donut“. Ver em particular o artigo “Além do PIB: medir o que importa e de forma compreensível” (2019).
Impacto intersetorial e interdisciplinar da revolução nas TICs
Iniciado como estudo da concentração do chamado Quarto Poder nas mãos de algumas familias no Brasil, a pesquisa evoluiu para uma visão mais ampla das mudanças que estão ocorrendo nos mais variados setores, como consequência da explosão da comunicação. A atividade econômica está mudando, as finanças se globalizaram, o acesso a bancos de dados e a conectividade global mudaram a forma de fazer ciência, o conceito de cultura se tornou muito mais abrangente e fluido e assim por diante. Reunindo pesquisadores de diferentes áreas, a pesquisa permite estudar os impactos estruturais mais amplos das transformações em curso. O grupo de trabalho envolve professores de várias áreas e instituições, com particular participação da pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Um produto imediato foi o livro Desafios da Comunicação, publicado pela editora Vozes em 2001. Atualmente o trabalho se concentra nos sistemas de comunicação e informação para a cidadania, em colaboração com Hazel Henderson e outros pesquisadores que organizaram a ICONS2003 envolvendo ainda projeto em curso com o MEC, no quadro da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação.Publicação em 2010 do estudo Da propriedade Intelectual à Sociedade do Conhecimento. Em 2011 foi publicado o texto “O professor frente à propriedade intelectual“, apresentado em 2012 no Congresso do SINPEEM no Palácio Anhembi. A edição atualizada em 2015 do livro “Tecnologias do Conhecimento“. Em 2020 publicação de “A Sociedade Vigiada” (Autonomia Literária, 2020) é uma coletânea que apresenta uma dimensão nova das TICs, que é a invasão da privacidade e manipulação individualizada por algoritmos.