Dissertação de Mestrado em Administração, FGV-SP, defendida em fevereiro de 2011, orientação de Marta Farah, banca Lauro Faria.Contato [email protected]
Daniel Garcia analisou três bancos comunitários recém instalados em São Paulo (2009). Vale a pena estudar uma experiência tão recente? Não pelos resultados, sem dúvida, mas sim pela análise da dificuldade que é implantar uma experiência inovadora. Primeiro, a dificuldade cultural. As pessoas estão acostumadas ao banco como distante, com ar condicionado, cheio de seguranças e portas giratórias. Aparece uma salinha simpática, mas sem a pompa associada ao banco. As pessoas brincam que só se houver um assalto é que vão achar que é banco mesmo. Ver em entrevistas esta lenta mudança cultural é interessante. As pessoas só aos poucos redescobrem que o dinheiro é delas, não do banco. Pouquinho dinheiro, mas acessível, lá em baixo da escala social, faz muita diferença. E entender os seus direitos faz uma enorme diferença. Outra questão levantada, é a dependência na criação.
Os parteiros, no caso, o SNAES (o dinheiro) e as universidadess (apoio técnico), articulam-se com os movimentos comunitários que precisam se apropriar do processo e se tornarem autônomos. É um equilíbrio precário entre “ajudar” excessivamente gerando dependência, e a passividade que não estimula. É preciso sim ajudar a gerar oportunidades, mas respeitar a iniciativa. A transição entre pequenos empréstimos e a promoção de emprego e renda é outro ponto sensível, que exigiria então a convergência com outros apoios no território, na linha do nosso “Produtividade sistêmica do território” (neste site, sob Artigos Online). O estudo do Daniel é mais um aporte à lenta e sistemática construção da inclusão produtiva, da redução da desigualdade. São novas arquiteturas financeiras que emergem, fora do cartel comercial. Neste mesmo “Pesquisas Conexas”, veja os estudos de Flávio Fopguel e de Claiton de Mello. O contato do Daniel, para quem quiser acessar o texto, é [email protected]
Autor: Daniel Bruno Garcia