Bradesco Seguros e Rede D’Or se unem para criação de nova empresa de hospitais
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Bradesco Seguros e Rede D’Or se unem para criação de nova empresa de hospitais

A nova empresa, Atlântica D'Or chega ao mercado já com três hospitais da bandeira São Luiz, localizados em Guarulhos e Alphaville, em São Paulo, e Macaé, no Rio de Janeiro
Autor
Beth Koike
Tamanho
1 páginas
Originalmente publicado
Data
8 de maio, 2024

A Rede d’Or e o Bradesco se unem, aumentando o poder de oligopólio do setor de saúde privada, que na sua dimensão hospitalar já nos custa 215 bilhões de reais.

A capacidade de aumento de preços se reforça. A atividade é aqui descrita apenas com lindos adjetivos, mas a financeirização da saúde, orientada para maximização de dividendos, vai pesar ainda mais nos bolsos, e fragilizar o acesso do grosso da população mais pobre.

Rentabilidade financeira e interesse público, em setores como saúde, educação e segurança, não combinam. Basta comparar Estados Unidos e Canadá.

– Prof. Ladislau Dowbor

A Bradesco Seguros e a Rede D’Or estão se juntando para criar uma nova empresa hospitalar que  já chega ao mercado com três hospitais da bandeira São Luiz, em São Paulo e Rio, que serão  inaugurados no segundo semestre. Outros dois empreendimentos estão em fase de projeto e  serão erguidos no interior paulista. 

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Batizada de Atlântica D’Or, a nova empreitada une duas gigantes que concorrem nos mercados  hospitalar e de seguro saúde. Maior rede de hospitais do país, a D’Or adquiriu em 2022 a  SulAmérica — concorrente direta da Bradesco Saúde. Nesse contexto, a seguradora do banco da  Cidade de Deus intensificou seus investimentos em hospitais, por meio do seu braço chamado  Atlântica, a partir de 2023, fazendo parcerias com Albert Einstein e Mater Dei e adquirindo fatia  do grupo Santa, do Distrito Federal. 

Rivais nos mesmos mercados, os dois grupos estavam protagonizando alguns conflitos. O mais  recente foi o não credenciamento pelo Bradesco Saúde do hospital da D’Or em Campinas (SP). 

Com a nova empresa, criada pelas duas gigantes, esses conflitos tendem a diminuir. Parte  relevante dos pacientes da rede D’Or é usuária do seguro saúde da Bradesco. Ou seja, ambas as  companhias têm uma grande dependência uma da outra. 

“Decidimos nos juntar devido à necessidade de hospitais de qualidade, bem equipados e com  tecnologia no país”, disse Paulo Moll, presidente da Rede D’Or. “Esses três hospitais têm juntos  cerca de 600 leitos para atender a demanda da população. Serão sempre hospitais grandes”,  afirmou Carlos Marinelli, presidente da Atlântica. 

Na nova sociedade, o grupo da família Moll terá 50,01% e a Atlântica fica com 49,99%. O  investimento e receita serão compartilhados na mesma proporção. 

Os três hospitais São Luiz — localizados em Guarulho e Alphaville (em São Paulo) e Macaé (Rio)  — tiveram investimentos de R$ 1,1 bilhão. Já outros dois empreendimentos, em Taubaté e  Ribeirão Preto, no interior paulista, ainda não têm orçamento definido. Há possibilidade de  imóveis do Bradesco serem usados para erguer os próximos projetos como feito nas outras  transações da seguradora com Albert Einstein e Mater Dei. 

Tanto Rede D’Or quanto Bradesco Seguros continuarão investindo em outros hospitais. “Não há  mudanças nos nossos projetos, apenas esses três migraram para a nova empresa”, disse Moll. 

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração do Bradesco, destacou que  “é uma parceria que tem como principal motivação e crença no crescimento e desenvolvimento  da saúde suplementar. A criação de uma nova rede entre grupos tão relevantes amplia a  possibilidade de acesso a serviços, reforçando a evolução do Bradesco Seguros com o  crescimento e sustentabilidade do setor de saúde.”

Jorge Moll, presidente do conselho de administração da Rede D’Or, disse que “a Atlântica D’Or é  o resultado da combinação estratégica entre a solidez do Bradesco Seguros e a experiência em  gestão da Rede D’Or, trazendo uma nova empresa ao cenário da saúde. Essa colaboração  histórica amplia a oferta de serviços de alta qualidade assistencial para mais cidades e reforça o  nosso compromisso inabalável com a excelência em saúde para a população brasileira.” 

O mercado hospitalar é o mais rentável dentro do setor de saúde, movimentando cerca de R$  215 bilhões. Não à toa, várias empresas de saúde, fundos e investidores têm se interessado. Esse  foi o caso da Bradesco Seguros que entrou na área em 2021. “Essa nova rede de hospitais reforça  nosso compromisso, através da Atlântica, em estimular a capilaridade de ativos médicos privados  e independentes, proporcionando o acesso a serviços de referência em saúde para uma parcela  cada vez maior da sociedade”, disse Ivan Gontijo, presidente da Bradseg.

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Este excelente artigo de Rabea Eghbariah enfrentou forte resistência e finalmente foi publicado pela Universidade de Columbia. Ele tem um forte impacto internacional. Está em inglês. Vale a leitura.
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