James S. Henry, ex-consultor da McKinsey, nos brinda com um excelente instrumento de trabalho. Partindo da análise da discrepância de contas de 139 países, com apoio de dados do FMI, BIS, ONU e outras instituições, chega a uma estimativa de 21 trilhões de dólares colocados em paraísos fiscais, portanto ao abrigo de impostos e sobretudo de questionamentos de origem. A meu ver o documento complementa muito o estudo do ETH suíço sobre o a Rede de Controle Corporativo Mundial. Os dados batem. A avaliação é que o Brasil contribui com cerca de 362 bilhões de dólares. No plano mundial, estamos falando de um terço do PIB mundial, estimado em 63 trilhões em 2011. Abaixo uma citação que dá o “tom” do documento, mas vale muitíssimo a pena ler inteiro, raras vezes temos acesso não a “denúncias” e sim a apresentação solidamente documentada de dados. “A significant fraction of global private financial wealth — by our estimates, at least $21 to $32 trillion as of 2010 — has been invested virtually tax-free through the world’s still expanding black hole of more than 80 “offshore” secrecy jurisdictions. We believe this range to be conservative, for reasons discussed below. On this scale, this “offshore economy” is large enough to have a major impact on estimates of inequality of wealth and income; on estimates of national income and debt ratios; and – most importantly – to have very significant negative impacts on the domestic tax bases of key “source” countries (that is, countries that have seen net unrecorded private capital outflows over time)” p. 3 – The Price of off-shore revisited – https://www.taxjustice.net/cms/front_content.php?idcat=148 Os dados sobre o Brasil estão no Appendix III, (1) p. 23
Vejam também em Artigos: A Rede do Poder Corporativo Mundial – 2012, 10p.