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Tecnologias sociais e desenvolvimento em ambientes rurais: uma análise do Programa Agroecológico Integrado Sustentável (PAIS) no Estado da Bahia

Como a utilização de novas tecnologias em territórios rurais pode proporcionar transformações culturais, econômicas, sociais e ambientais, delineando um desenvolvimento territorial das regiões de forma mais democrática e inclusiva.

Dissertação de mestrado defendida na pós-graduação em Economia política, em 11 de abril de 2017. Banca composta por Anita Kon (Orientadora), Ladislau Dowbor e Marcia Lello Costa de Liberal.

O autor escreveu uma dissertação particularmente interessante sobre o Programa Agroecológico Integrado Sustentável (PAIS) na Bahia. Trata-se de uma tecnologia de uso integrado de criação e diversos plantios para maximizar a produção e gerar renda para a agricultura familiar. O adubo dos animais serve para a horta, o sistema de irrigação por gotejamento permite otimizar o uso da água. Trata-se de uma tecnologia relativamente simples que lembra os sistemas integrados dos chineses, em que a produção de peixes, de patos e de horticultura funcionam também de maneira articulada, os subprodutos de um permitindo a produção de outro. No caso do nosso semiárido, trata-se de 1 milhão de quilômetros quadrados e de uma população de 25 milhões de habitantes. É muito relevante.

A tecnologia em si é muito interessante, descrita em detalhe no terceiro capítulo. Mas de utilidade muito mais ampla são os dois primeiros capítulos. Para que funcionem as técnicas, é importante considerar o ciclo completo de produção, que envolve não apenas a própria produção, mas também o apoio tecnológico, a comercialização, o financiamento, o acesso aos insumos e equipamentos. O ciclo completo envolve processos colaborativos, uma visão de desenvolvimento local e de construção de capital social. Tanto sobre o estado presente da discussão sobre o desenvolvimento local, como sobre o capital social, Tiago apresente excelente pesquisa, simples e direta, com bibliografia muito rica.

Isto abre para o que há mais atual nas discussões de novos paradigmas produtivos, com sistemas descentralizados em rede, processos colaborativos locais e regionais, a própria revalorização da pequena escala quando funciona articulada graças à conectividade dos sistemas modernos de comunicação e conectividade. Recomendo fortemente a leitura. É bem escrito, sucinto (128p) muito bem estruturado.

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