Tese de doutorado em Educação defendida em 2 de agosto de 2012 na FEUSP. Banca composta por Moacir Gadotti (orientador), Sérgio Amadeu, Pablo Ortellado e Ladislau Dowbor.
Alencar trabalha no Instituto Paulo Freire. Cinquenta anos atrás, Paulo Freire mostrava que o acesso às letras e à cultura era um caminho de libertação. Na era das TICs, que novas formas assume este acesso? Hoje se fala em analfabetismo digital. Se na era da economia fabril o acesso já era essencial, na atual economia do conhecimento torna-se uma questão de sobrevivência.
Os diversos tipos de oligopólios descobrem com isto que colocar pedágios sobre o acesso ao conhecimento, sob forma de copyright, patentes e royalties de diversos tipos pode ser muito lucrativo. É a economia do pedágio, controlada por quem produz não o conhecimento, mas o seu suporte material, e busca proibir o acesso livre por meios magnéticos. O tema é essencial.
No dizer de Anderson de Alencar, “o conhecimento como bem comum da humanidade, está sob ameaça”, o que aponta para uma pedagogia do compartilhamento, equilibrando criatividade, acesso, justa remuneração e validação dos trabalhos. Na realidade, o conhecimento, contrariamente aos fatores tradicionais de produção como matéria prima e trabalho físico, é um fator de produção cujo consumo não reduz o estoque.
O conhecimento que eu passo para alguém, continua comigo. Com isto as regras do jogo mudam profundamente, e o compartilhamento torna-se o paradigma central. A educação, cuja matéria prima é o conhecimento, está no centro destas mudanças. A tese do Alencar, bem documentada e organizada, ajuda muito a traçar os rumos desta transformação.