A convergência da crise financeira e da mudança climática pode representar uma oportunidade, através de uma reorientação inteligente dos recursos financeiros. Revendo em 2009 os dados que produziu no Stern Review de 2006 sobre os custos econômicos da mudança climática, Nicholas Stern, no artigo Decision Time, considera que temos ao mesmo tempo uma situação que se agrava e uma oportunidade. Traduzo abaixo dois trechos importantes. (Tradução livre, L.Dowbor)
A situação:
“Desde os meus colegas e eu publicamos o Relatório Stern sobre a economia da mudança climática em 2006, tornou-se aparente que os riscos e custos potenciais são até maiores do que verificamos originalmente. As emissões globais de gases de estufa estão crescendo mais rapidamente do que projetado, a abilidade do planeta de absorver estes gases agora aparece como mais baixa do que tinha sido assumido, o aumento potencial de temperaturas devido à crescente concentração de gas parece mais elevado, e os impactos físicos de uma planeta em vias de aquecimento têm surgido em ritmo mais acelerado do que o esperado.”
A oportunidade:
“Enquanto a crise econômica global poderia nos distrair da tarefa maior de enfrentar a mudança climática, também é uma oportunidade de realizar investimentos em tecnologias de baixo carbono enquanto os custos são mais baixos. Pode também gerar oportunidades de emprego no curto prazo em setores chave onde há recursos subutilizados, como a construção. Investimentos que melhoram a eficiência energética também favoreceriam um crescimento sustentável e com sólidas bases, em contraste com as recentes bolhas, e eventuais estouros, puxados por instáveis aventuras dot.com ou preços inflados de casas. De continuarem sem controle, as emissões e o crescimento intensivo em carbono não são sustentáveis. Em 2009, temos uma verdadeira oportunidade de traçar um caminho para um futuro pouco intensivo em carbono. É o único futuro realista para assegurar o crescimento e para vencer a pobreza mundial”.
Ver texto completo de Stern (2 páginas):
https://www.newscientist.com/article/dn16433
New Scientist, Nicholas Stern, 23 January 2009, p. 26