As empresas que desenvolvem políticas de rsponsabilidade social
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As empresas que desenvolvem políticas de rsponsabilidade social

Autor
Ladislau Dowbor
Tamanho
Originalmente publicado
Data

Tese de doutorado em Serviço Social, defendida em 19 de junho de 2006, na PUC de são Paulo, sob orientação da profa. Dilséa Bonetti. A banca foi composta pelos professores Ana Rosa da Costa, Maria L[ucia Martinelli, Márcio Sanches e Ladislau Dowbor. Contato [email protected]

Com Célia Santana sob [email protected] ou na biblioteca da PUC-SP.

A tese de Célia Santana é sobre rsponsabilidade social empresarial – pelo volume de pesquisas esta área está adquirindo importância e exigência crescentes – com um foco muito positivo, que é a análise comparada das políticas sociais de 8 empresas que ganharam o prêmio Ethos de responsabilidade. A imagem é sem dúvida positiva, pelo próprio critério de seleção das empresas, mas às vezes nos cansam as denúncias dos dramas, e é bom ver coisas que funcionam. As empresas analisadas são a CPFL (privatizada em 1997), a Philips, a 3M, a Serasa, a TRW, a Multibrás, a Natura e a pequena Zanzini de produção de móveis. Entrevistas bastante ricas analisam o que motiva estas empresas. Em particular, fica evidenciada a tendência de se ir além da “cosmética” destinada a melhorar a imagem através de iniciativas assistencialistas, para desenvolver políticas mais abrangentes e de mais longo prazo. A pesquisadora estuda de forma organizada os impactos das políticas empresariais relativamente aos trabalhadores, aos consumidores, aos fornecedores, aos governos, à comunidade, e aos acionistas. Portanto a visão da responsabilidade social busca as políticas diferenciadas para os diversos atores interessados. Isto leva a um capítulo interessante sobre a teoria dos stakeholders, e a outro capítulo sobre a ética empresarial. O trabalho é muito bem escrito, apresentado de forma cuidada, tornando a leitura agradável. A bibliografia é muito útil.

Naturalmente, tudo tem as suas contradições. Constatamos no trabalho da Célia que a Philips assegura um amplo leque de ações de responsabilidade social nas áreas financeira, ambiental e outros. Na sua declaração de valores, figura “encantar os consumidores”. Não resisto a mencionar a nota que vem nesta mesma semana na revista científica britânica New Scientist (3 June 2006, p. 92) sobre a Philips: “Vejam por exemplo a empresa de produtos eletrônicos Philips, que depositou um pedido de patente (US20050232612) para uma forma subreptícia de impedir os tele-espectadores de mudar de canal para não verem publicidade, ou de pular segmentos de gravação (FF)”. Frente à indignação gerada, a Philips reagiu: “Philips nunca teve a intenção de forçar os espectadores a ver anúncios contra a sua vontade, e não utliliza esta tecnologia em qualquer produto Philips, e nem temos planos de fazê-lo.”. New Scientist pergunta então: “Claro que não duvidamos disto, mas neste caso, porque gastar dinheiro para patentear o produto?”. A este respeito, ver www.newscientisttech.com/article/dn9011.html. O impacto provável é que como dona dos direitos sobre a tecnologia, a Philips venderá os direitos a outras empresas interessadas, ganhando assim ao mesmo tempo um nome limpo e, porque não, um pouco de dinheiro. Nada é perfeito. Mas a tese da Célia é ótima.

Autor: Célia de Oliveira Santana

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