A Economia do Hidrogênio
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A Economia do Hidrogênio

Autor
Ladislau Dowbor
Tamanho
Editora
Ano

A criação de uma nova fonte de energia e a redistribuição do poder na terra

Jeremy Rifkin, M. Books do Brasil, São Paulo , 1, 2003, 85-89-384-03-9

O título do livro do Rifkin é um pouco prematuro, pois a economia do hidrogênio é por enquanto um sonho do futuro. No entanto, o fato é que o petróleo, base da nossa indústria automobilística, da energia que consumimos nas cidades, da indústria química, das nossas embalagens, enfim, do nosso modo de vida, está com os dias contados, e as divergências entre os pesquisadores são pequenas: o grande aperto viria a partir de 2015 para os pessimistas, 2030 para os otimistas, diferença muito limitada em termos históricos. A verdade é que a era da civilização baseada no desperdício, na energia irresponsável, está acabando. É curioso pensar que um estoque de energia tão vital, que levou mais de 100 milhões de anos para ser acumulado, terá sido exaurido pelo homem em menos de 200 anos.

O livro do Rifkin, na verdade, é um convite a uma olhada para o futuro, para o médio e longo prazo da humanidade. Não podemos continuar a nos comportar como gafanhotos num campo de trigo.

A grande alternativa que hoje desponta, segundo Rifkin, é o hidrogênio. Produzir hidrogênio a partir da energia solar, e poder estocá-lo em células de hidrogênio, levaria a uma solução de longo prazo, já que a oferta de hidrogênio é ilimitada.

Rifkin faz uma ponte interessante entre a mudança da matriz energética, e a reorganização social. Quando a energia era o cereal, vivíamos dispersos em habitats agrícolas. O petróleo e o carvão geraram as sociedades urbanas. O hidrogênio, plenamenbte descentralizável tanto na produção como no uso, geraria uma sociedade mais horizontal e em rede.

Sonho? Seguramente, sobretudo quando pensamos que Bush é um homem do petróleo e do curto prazo, cmo são Cheney, Condoleeza Rice e até o chefe da CIA. Segundo Rifkin, os EUA tinham reservas de 1’95 bilhões de barris, e já consumiram 165 bilhões. São 4% da população mundial, mas consomem 26% do petróleo. Hoje saem desesperados à procura de petróleo pelo mundo. E quem tem realmente as grandes reservas remanescentes, são os países árabes…Este Bin Laden (raciocínio meu, LD) realmente caiu como uma luva.

De toda forma, colocar com firmeza uma alternativa energética plausível para o futuro da humanidade constitui um argumento forte, e uma atitude importante de resgate, por parte da humanidade, do controle sobre os seus destinos.

A leitura, como nos outros livros de Rifkin, é sempre gostosa, simples, direta e bem informada. Vale a pena.

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