Nós nos tornamos uma sociedade de massa, estamos todos correndo o tempo todo para sobreviver, conseguimos inclusive transformar essa correria em virtude, e nos sentimos mais merecedores ao voltarmos para casa exaustos, glorificamos o sacrifício. A pergunta evidente é: “Estamos todos correndo para onde”?
Uma resposta
A sensação de realização de algo importante para nós e nossos dependentes, de glorificação pessoal, de mérito está mais ligada ao cansaço produzido pelo trabalho, do que o prazer que esse trabalho possa nos causar.
No entanto, a rotina do nosso trabalho, embora útil, cause mais prazer ao nosso patrão que a nós mesmos. Lembra-me a condenação de Sísifo, aquele bravo, incansável trabalhador, cuja missão era empurrar uma carga pesada morro acima e, quando já perto do topo, ela lhe escapava do controle e rolava ribanceira abaixo, obrigando-o a recomeçar a mesma interminável operação dia após dia.