Plano B 4.0 – Mobilizing to Save Civilization
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Plano B 4.0 – Mobilizing to Save Civilization

Autor
Lester Brown
Tamanho
304 páginas
Editora
Ano
2010
ISBN
978-0393071030
plano b

Trata-se provavelmente da mais importante leitura que possam fazer pessoas interessadas em melhorar a situação de todos nós. Lester Brown tem a rara capacidade de agrupar os grandes desafios, apresentar os dados básicos, elencar as alternativas, e avaliar os seus custos. A visão é sem dúvida centrada no meio ambiente, mas a abrangência é mais ampla, e acabamos tomando consciência de que são relativamente claras as ameaças e alternativas para melhorar tanto a saúde do planeta como dos seus habitantes. Realmente, trata-se de salvar a civilização.

Sempre haverá os que têm uma boa conta no banco, ou que são cronicamente desinformados, e que acham que está tudo bem. Mas está cada vez mais dificil fazer de conta. O clima, a água, as florestas, o solo, a biodiversidade, a vida nos mares, a desigualdade, as doenças, a miséria, as tensões políticas – há uma convergência de dramas cada vez mais evidentes, e que se avolumam. O desafio é claro: ou tomamos medidas hoje com a água pela barriga, ou amanhã com a água no pescoço. O consumo atual, com 7 bilhões de habitantes e 70 milhões a mais a cada ano, já excede em 30% a capacidade de reposição natural do planeta (14). Pensar que podemos indefinidamente consumir recursos não renováveis neste planeta de dimensões limitadas, é fazer prova de clara deficiência mental. Mas para a imensa maioria, trata-se simplesmente de insuficiente informação, e o presente livro é um excelente instrumento.

A pressão é sobre o solo, que estamos erodindo pelo desmatamento e excesso de quimização. Sobre os lençóis freáticos que estamos esgotando. Sobre a produção alimentar cada vez mais chamada a satisfazer outras necessidades (os “Fs” – food, feed, fuel, fibre) enquanto se expande o consumo. Sobre a energia chamada a reformular o nosso paradigma de produção e de transporte. A conta é extensa, e o livro constitui uma calma e sistemática apresentação da dimensão dos desafios.

As respostas estão agrupadas em quatro eixos: estabilizar o clima, estabilizar a população mundial, eradicar a pobreza, e restaurar a capacidade de regeneração da base natural da economia. Segundo o autor, será difícil atingir um objetivo sem atingir os outros. (242)

“ Sabemos, a partir da nossa análise da mudança climática, da deterioração acelerada do suporte ecológico da economia, e das nossas projeções sobre o uso futuro dos recursos, que o modelo econômico ocidental – uma economia baseada em combustíveis fósseis, centrada no automóvel e no desperdício – não durará muito tempo.” (243)

Cada capítulo traz os desafios, e as propostas, com os seus custos. O capítulo da energa nos faz entender as alternativas disponíveis, e como já estão sendo aplicadas, onde e com que custos. O capítulo 6, “desenhando as cidades para pessoas”, é genial na sua análise dos desperdícios de meios de transporte, de água, de recursos recicláveis, dos potenciais de construção de melhores condições de vida, e na apresentação dos exemplos práticos de como diversas cidades do mundo estão respondendo aos desafios. O capítulo 8 aborda como poderemos alimentar dignamente a população mundial, resgatando a produtividade do solo, da água, da manipulação, da distribuição. O último capítulo está centrado no problema central da estratégia: temos tempo para mudar? Entre o ritmo de agravamento das tensões e a lentidão das nossas reações, o dilema é evidente.

Não é um livro sonhador. Os inúmeros exemplos são todos baseados em tecnologias que já existem, e podem ser imediatamente aplicadas. A generalização deste conhecimento, para ampliar a base política das mudanças, é a tarefa atual. Para mais informações sobre o livro visite: https://www.earthpolicy.org.

Boa leitura.

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